Reviravolta: Adolescente muda versão na delegacia no caso do amigo de 15 anos morto em Caraguatatuba

No registro do caso realizado na madrugada de sábado (05), o adolescente de 16 anos, relatou que o alvo não era seu amigo e sim ele por ter cuidado de ‘biqueiras’ no passado no bairro Perequê-mirim e Travessão.

O caso de um adolescente de 15 anos, morto com um tiro no tórax na madrugada de sábado (5/8), no bairro Tarumã, em Caraguatatuba, teve uma reviravolta na tarde desta quinta-feira (10), quando o adolescente e amigo da vítima de 16 anos, foi acompanhado de sua mãe e advogado até o 1°DP do Porto Novo e mudou a versão do caso.

Segundo informações, o adolescente durante seu novo depoimento confessou, que ele e o amigo estavam brincando com arma calibre 38  na casa dele, quando houve um disparo que atingiu a vítima. Ele ainda contou que antes do disparo os dois tinham ingerido bebida alcoólica.

Após verificar que o amigo foi atingido no tórax ele se desesperou colocando o amigo na bicicleta para levar para a UPA, mas antes de chegar o amigo já caiu na calçada da Escola Estadual Professor Ângelo Barros de Araújo. Ainda segundo a nova versão do adolescente, após saber pelo médico do Samu que o amigo estava morto, ele pegou a arma e jogou na ponte do Rio Juqueriquerê no Porto Novo.

Em um áudio de aplicativo ele pede desculpa para mãe do amigo logo depois saber da morte, “Oi tia me perdoa é ter acontecido isso com Gabriel você sabe que jamais eu ia querer fazer isso com ele, moleque vivia comigo era meu parceiro considerava como irmão, foi um acidente tia, ele chegou lá em casa com a arma lá a gente ficou brincando sem as bala normal um mirando pro outro ai mirava pro meio de todo mundo mirou pra mim ‘ai a hora que mirei pra ele tia o tiro saiu’ tia foi sem querer não foi por querer (inaudível) eu considerava o Gabriel como meu irmão, me perdoa tia”.

Essa reviravolta no caso só foi possível depois de uma investigação minuciosa da equipe de investigadores comandada pelo Dr. Diogo Ribeiro Daiello do 1°DP do Porto Novo. Os investigadores suspeitaram da primeira versão dada pelo adolescente e deram início as investigações. Os amigos moravam na mesma rua, onde aconteceu o disparo e ninguém tinha ouvido ou visto nenhum veículo com as características passadas pelo adolescente. Em conversa com a família da vítima e amigos, os investigadores foram informados que nada que o adolescente tinha relatado era verdade. “Ele precisa contar para vocês que foi ele que atirou contra Gabriel, essa história que ele contou é mentira”. Contou um familiar.

O caso será fechado nesta sexta-feira pelo 1°DP do Porto Novo que vai encaminhar o inquérito para o judiciário que deverá decidir a penalidade do adolescente.

Relembre o caso

Um adolescente de 15 anos, G.H.A, morador de Caraguatatuba, foi assassinado com um tiro na madrugada de sábado, dia 5, no bairro do Jardim Tarumã, região sul da cidade.

O adolescente teria sido baleado por ocupantes de um veículo tipo hatch aparentado se um Ford Ka, de cor cinza, quando estava com o amigo I.F.S., de 16 anos, em frente à casa dele, localizada na rua Dois, número 45, no Jardim Tarumã.

G.H.A., foi atingido no tórax. O carro de onde foi feito os disparos teria se evadido. O amigo I.F.S. colocou o adolescente ferido em uma bicicleta e o conduzia até a UPA (Unidade de Pronto Atendimento) da região sul.

Quando estavam nas proximidades da escola estadual Professor Ângelo Barros de Araújo, no bairro do Porto Novo, o adolescente ferido não resistiu e acabou falecendo.

Uma viatura da polícia militar foi acionada para atender a ocorrência por volta das 3 horas da madrugada. Uma unidade do Samu também foi acionada para atender a vítima.

Na delegacia de polícia, I.F.S., de 16 anos, contou que o amigo teria sido assassinado por engano. Segundo ele, o jovem era pessoa boa e não fazia mal para ninguém.

Os disparos efetuados pelos ocupantes do veículo seriam na verdade para ele, I.F.S. O adolescente I.F.S acredita que o autor do disparo seja alguém do bairro Barranco Alto, porque ele já trabalhou no passado nas “biqueiras” do Travessão e Perequê-Mirim, e que, existe um conflito entre traficantes desses bairros.

O assassinato do adolescente G.H.A., de 15 anos, foi registrado na Delegacia de Polícia de Caraguatatuba como crime de autoria desconhecida.  O caso será investigado pelo delegado Bruno de Azevedo Aragão.

Redação

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