A Associação dos Delegados de Polícia do Estado de São Paulo (ADPESP) esclarece que o pedido realizado à Justiça para prioridade na vacinação dos policiais tem o objetivo de proteger os profissionais que zelam pela segurança pública e bem-estar da sociedade.
Desde o início da pandemia os policiais tem exercido suas funções ininterruptamente, sem abandonar a população. Não há home office para a polícia!
No último ano, morreram mais policiais pela Covid-19 do que em confronto com criminosos no último ano. A Polícia Civil do estado de São Paulo, que já sofre com déficit de 14 mil profissionais, precisou lidar com afastamento superior a 1.600 policiais, em decorrência da doença.
A ADPESP, durante toda a pandemia, colaborou com a Polícia Civil na preservação da saúde dos policiais. A entidade angariou e distribuiu mais de 300kg de álcool em gel, quatro mil máscaras de tecido e 500 viseiras de acetato, quando nem o governo do estado havia se organizado para tal distribuição.
A Associação também oficiou pedido para que a Administração disponibilizasse equipamentos de proteção e adequações nas delegacias, tendo em vista o ininterrupto atendimento ao público e a exposição constante dos agentes de segurança. Em paralelo, a ADPESP também produziu e veiculou vídeos orientando a população sobre a ampliação dos serviços prestados pela Delegacia Eletrônica, incentivando o registro de Boletins de Ocorrência Online.
A ADPESP defende e acredita que vacinar os policiais significa proteger a sociedade e manter ativo o combate à criminalidade, que deixa de ser feito à contento com uma polícia adoecida. Muito longe de privilégio, trata-se de uma questão de reconhecimento e justiça.
As condições insalubres a que são submetidos os policiais e o contato diário com criminosos presos, são fundamentos bastantes para, ao menos, não serem preteridos por outras categorias que apenas necessitam apresentar diploma de formação, sem necessariamente atuarem na linha de frente da pandemia.
Enquanto vacinas são jogadas fora, conforme notícia amplamente veiculada na imprensa, e categorias são verdadeiramente privilegiadas, a última fronteira entre o crime e a sociedade perece e morre.
Além de uma questão humanitária, preservar a saúde dos policiais é também garantir o funcionamento da sociedade e da segurança da população.
A ADPESP não vai esmorecer e seguirá lutando pela saúde e valorização do ser humano policial. Continuaremos denunciando à sociedade a situação de vulnerabilidade de seus policiais, e reivindicando das autoridades nossa justa e necessária proteção.
Gustavo Mesquita Galvão Bueno
Presidente da Associação dos Delegados de Polícia do Estado de São Paulo (ADPESP)