Jovens lideram uso de serviços de apoio a roleta, slots e outros jogos de azar na Dinamarca

Neste mês de setembro, o órgão regulador de jogos de azar dinamarquês, Spillemyndigheden, divulgou dados que chamaram a atenção para o perfil dos usuários de serviços de apoio ao jogo no país. Desde o lançamento do StopSpillet em 2019, foram registradas cerca de 3.200 consultas, das quais 37% provinham de jovens de 18 a 25 anos. O fato de essa faixa etária ser a mais ativa no uso dos serviços de apoio, superando outras faixas, destaca uma tendência preocupante: os jovens estão cada vez mais vulneráveis ao vício em jogos de azar.

Das consultas feitas no site, 4% ainda foram feitas por menores de 18 anos, o que reforça a importância de políticas mais eficazes de controle e educação sobre os perigos dos jogos de azar para menores. Além do StopSpillet, a Dinamarca oferece o sistema Rofus de autoexclusão, que já conta com mais de 51.000 jovens inscritos, a maioria com menos de 30 anos. O jogo com dinheiro real, especialmente as apostas esportivas e cassinos online, é a principal preocupação das autoridades dinamarquesas no momento.

Reflexões do cenário de jogos no Brasil

Esse cenário não se limita à Dinamarca. No Brasil, o perfil dos jogadores de azar também revela tendências significativas, especialmente entre os jovens. O Brasil tem visto um crescimento acelerado no número de iGamers, caracterizados principalmente por sua juventude, conectividade e diversificação de interesses. Segundo dados da KTO, um dos maiores cassinos online do país, os brasileiros que apostam são majoritariamente jovens, apesar de não tanto quanto na Dinamarca, com uma média de idade de 39,2 anos, e mais de 50% têm entre 25 e 40 anos.

Os jovens adultos são os jogadores mais engajados em plataformas de jogos online. Entre seus favoritos estão os slots, como Fortune Tiger, além dos crash games e jogos de cassino ao vivo, onde os melhores jogos de roleta lideram as preferências. Jogos de roleta localizados, como Mega Roleta Brasileira, se destacam como os grandes favoritos, superando até os Game Shows e outras modalidades populares, como blackjack e dados.

A maior parte dos jogadores brasileiros têm perfis socioeconômicos diversos, com uma grande concentração de jogadores nas classes A e B, o que mostra que o jogo com dinheiro real é popular entre os lares com maior poder aquisitivo. Além disso, as áreas urbanas, como São Paulo, Rio de Janeiro e Rio Grande do Sul, são os principais centros dessa atividade. A maioria desses jogadores tem, no mínimo, ensino médio completo, e quase metade possui diplomas de nsino superior.

O comportamento dos jogadores brasileiros se diferencia de outros mercados. Muitos veem o jogo com dinheiro real como uma forma de entretenimento, priorizando a diversão sobre o lucro. No entanto, a facilidade de acesso a jogos e apostas através de dispositivos móveis também aumenta o risco de desenvolvimento de comportamentos de risco.
Diante desses dados, tanto da Dinamarca quanto do Brasil, é essencial enfatizar a importância do jogo responsável, especialmente em cassinos licenciados. As iniciativas de jogo responsável envolvem medidas de proteção para garantir que os jogadores possam participar de atividades de azar de maneira segura, sem prejudicar sua saúde financeira ou mental.

No Brasil, onde o mercado de jogos de azar está em expansão, é fundamental que os cassinos licenciados promovam uma cultura de responsabilidade, oferecendo ferramentas de autoexclusão, limites de depósito e mecanismos de suporte para jogadores em risco de desenvolver comportamentos problemáticos. A experiência dinamarquesa com o StopSpillet e o Rofus serve como exemplo de como as regulamentações podem ser eficazes em proteger os
jogadores.

Além disso, educar os jovens sobre os riscos do vício em jogos de azar deve ser uma prioridade. O fato de que 4% das consultas na Dinamarca vieram de menores de 18 anos demonstra que é necessário reforçar as medidas de proteção para evitar que menores se envolvam em jogos de azar. No Brasil, a divulgação de jogos sem fiscalização e incentivo ao
jogo com expectativas de ganho irreais reforça a urgência de regulamentações e programas de educação que promovam o uso responsável dos jogos de cassino. Ao focar em regulamentações rigorosas, como autodeclaração de renda, pausa ou exclusão de conta e limite de gastos, o Brasil pode garantir que a crescente popularidade do iGaming no país aconteça de forma segura e sustentável, mantendo o entretenimento em primeiro plano e minimizando os riscos associados aos jogos de azar.