Jornalista negra, filha de nordestina, promove workshop de Libras na Gallaudet University – única exclusiva no atendimento ao surdo em todo o mundo
A jornalista e intérprete de Libras, Talita Fernanda, embarca para Washington (Estados Unidos) para ministrar Workshop de Libras na Gallaudet University, instituição exclusiva no atendimento ao surdo. O Workshop acontece entre os dias 15 e 19 de outubro e será ministrado exclusivamente pela jornalista, com Ministério de Libras na Bola de Neve de São Sebastião.
Filha de Maria Amélia de Santana, primeira negra nordestina a formar-se em Odontologia pela USP de Bauru; a jornalista tem como o principal objetivo promover intercâmbio cultural entre os diferentes contextos dos universos dos surdos americanos e brasileiros. A intérprete ministrará uma semana de palestras sobre a realidade dos surdos no Brasil com suas conquistas, desafios e dificuldades, junto a aulas diárias de Língua Brasileira de Sinais (Libras).
“Este projeto é fruto de um sonho, que eu alimento desde antes de cursar jornalismo. Tive o meu primeiro contato com a Libras em 2001, quando estudava vestibular e, desde então, o meu interesse pela língua só cresceu. Em minha monografia, estudei o contato do surdo com a Internet. Por isso, agora, poder estar em Gallaudet, única Universidade exclusiva para surdos no mundo e ter acesso a toda tecnologia daquele lugar – em um ambiente totalmente voltado à surdez, será, realmente, incrível”, avalia Talita.
O projeto tem como base promover aos alunos surdos de Gallaudet a oportunidade de ampliar e aprender sobre o vocabulário da Língua Brasileira de Sinais por meio da American Sign Language (ASL), língua de sinais oficial dos surdos americanos.
Biografia
Talita Fernanda é jornalista, filha da dentista aposentada, Maria Amélia de Santana e do professor aposentado, Sidnei Lima. Formada pela Universidade Federal de Juiz de Fora (UFJF) em 2007, a profissional especializou-se em Mídia e Deficiência e, atualmente, trabalha como assessora de imprensa na Prefeitura de Caraguatatuba (SP), onde nasceu e viveu até os oito anos. Moradora da cidade vizinha, São Sebastião (SP), a jornalista, formada em Libras pela Associação dos Surdos de Juiz de Fora (ASJF), já teve a oportunidade de interpretar o discurso do presidente Michel Temer, quando em visita à Caraguatatuba. Sua frase preferida resume
a luta e anseio pelo reconhecimento na prática pela Língua Brasileira de Sinais: “Sem voz, as mãos rompem o silêncio e comunicam vida”