Instituto de Pesca de SP explica como escolher e armazenar pescado no verão

Calor contribui para proliferação de microrganismos e acelera processo de decomposição, podendo comprometer a segurança e sabor do alimento

O consumo de peixes e outros organismos aquáticos proporciona inúmeros benefícios para a saúde, pois são ricos em proteínas de alto valor biológico e normalmente possuem baixo teor de gordura. Por isso, é recomendado incluir pescado com frequência em nossa dieta. No entanto, escolher e armazenar pescado durante o verão requer cuidados especiais devido às altas temperaturas. O calor contribui para a proliferação de microrganismos e acelera o processo de decomposição, podendo comprometer a segurança e o sabor do alimento.

Para mitigar esses riscos, a pesquisadora científica Érika Furlan, do Instituto de Pesca (IP-Apta), da Secretaria de Agricultura e Abastecimento do Estado de São Paulo, recomenda algumas práticas simples, mas que são essenciais, “como a atenção à escolha do local onde será adquirido o alimento, observando-se a higiene, além das condições apropriadas para armazenamento e conservação do produto”.

Hora da escolha

De acordo com Érika, ao escolher o pescado é crucial prestar atenção em algumas características visando adquirir um produto de qualidade e bom estado de conservação. A seguir seguem algumas orientações para uma boa escolha:

Peixes:

  • a pele deve estar brilhante e seu muco – se houver – deve ser translúcido;
  • os peixes inteiros devem ter olhos salientes e brilhantes;
  • caso opte por filés, a carne deve apresentar-se íntegra e, preferencialmente, embalada;
  • as escamas do peixe devem estar bem aderidas à pele;
  • as brânquias precisam ser avermelhadas, com tons de rosa ou vinho escuro;
  • o odor do peixe deve ser característico, porém suave, sem ser desagradável.

Camarões:

  • a carapaça/casca deve ser brilhante e, assim como a cabeça/cefalotórax, deve estar bem aderida ao corpo;
  • o odor do camarão fresco deve ser suave;
  • camarões com a cabeça/cefalotórax se soltando facilmente é sinal de que não estão frescos.

Armazenamento e Conservação

Para a pesquisadora do IP, o consumidor deve ficar atento ao armazenar o pescado em casa, para garantir a preservação da sua qualidade, pois é um alimento que requer cuidados. “Não o mantenha fora da geladeira por muito tempo. Se o pescado se apresentar bem fresco e for consumido em até dois dias após a compra, o mesmo pode ser armazenado no refrigerador. O ideal é uma temperatura entre 4°C e 5°C”, explica Érika. Quando se trata de períodos superiores a dois dias entre a compra e o consumo, a especialista recomenda que o alimento seja armazenado em freezer, porém o consumo deve ocorrer o mais breve possível.

No caso da aquisição do pescado congelado, por este ter sido submetido a técnicas de congelamento rápido na indústria, há um prazo de validade superior, de acordo com a rotulagem, e normalmente pode ser estocado por até 12 meses no freezer doméstico. Para o seu adequado preparo para o consumo, o ideal é que o descongelamento ocorra dentro da geladeira, sob refrigeração.

A conservação doméstica deve ocorrer utilizando embalagens adequadas, como recipientes herméticos ou sacos plásticos próprios para alimentos, a fim de evitar contaminação cruzada e odores indesejados.

De acordo com Érika, “o consumidor também deve estar atento ao período de defeso das espécies selvagens que estão sendo adquiridas, colaborando com a preservação das mesmas”, informação que pode ser consultada por meio deste link.

Conheça mais dicas de conversação de pescado pelo uso do frio clicando aqui.

Instituto de Pesca

Instituto de Pesca é uma instituição de pesquisa científica e tecnológica, vinculada à Agência Paulista de Tecnologia dos Agronegócios (Apta), da Secretaria de Agricultura e Abastecimento do Estado de São Paulo, que tem a missão de promover soluções científicas, tecnológicas e inovadora para o desenvolvimento sustentável da cadeia de valor da Pesca e da Aquicultura.

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