Dia da Saúde Ocular: prevenção da cegueira ainda é pouco abordada

Especialista do Vera Cruz alerta sobre situações que podem culminar na perda da visão e dá dicas para cuidar dos olhos; projeto social destaca importância da inclusão

Todo 10 de julho é o Dia da Saúde Ocular; uma data importante justamente por fazer a rara abordagem dos perigos que envolvem as doenças da vista. A data alerta para prevenção e diagnóstico de patologias que podem levar à perda da visão, que neste caso é a chamada cegueira adventícia, ou seja, adquirida tardiamente. Já quem nasce com a deficiência visual tem “cegueira congênita”. O oftalmologista Pedro Ferrari, do Vera Cruz Oftalmologia, em Campinas (SP), explica que as principais causas de perda da visão adquirida são evitáveis, estão relacionadas ao erro refrativo, decorrentes de miopia, hipermetropia e astigmatismo; catarata, glaucoma, degeneração macular e diabetes.

“É importante fazer um acompanhamento correto, com oftalmologista, e, dessa forma, evitar que essas doenças se agravem ao ponto de se tornarem irreversíveis. Por exemplo: se o paciente tem catarata e o diagnóstico é feito mesmo numa fase avançada, ainda assim é possível reverter e evitar a perda da visão. Outra questão muito importante é o erro refrativo – alterações no tamanho do olho ou formato da córnea ou cristalino, que interferem na quantidade de raios de luz que chegam à retina – e que tem sido cada vez mais comuns em crianças. Neste caso, quando não são diagnosticados rapidamente, podem causar a ambiopia, que prejudica o desenvolvimento ocular. E hoje existem tratamentos específicos para evitar a piora da miopia, que, acima de 6 graus, aumenta o risco de exposição da retina”, explica.

Segundo Ferrari, alguns cuidados são negligenciados e precisam entrar na rotina de prevenção. “É de suma importância fazer consultas regulares, ao menos uma vez por ano, com oftalmologista. Isso permite que qualquer patologia seja diagnosticada no momento certo para evitar problemas futuros e receber o melhor tratamento, principalmente pessoas a partir dos 40 anos, nas quais é importante medir pressão ocular e fazer exame de fundo de olho para prevenir doenças como o glaucoma e a degeneração macular”, destaca.

No caso de pacientes diabéticos, o médico também recomenda visitas anuais. No entanto, cada caso deve ser avaliado de forma individual, pois alguns exigirão protocolos específicos, com acompanhamento a cada quatro meses, conforme a gravidade. Outros cuidados importantes são manter hábitos saudáveis, tendo uma boa alimentação e praticando atividades físicas, que auxiliam em casos de diabetes e hipertensão e que podem vir a gerar problemas na visão.

No dia a dia, os cuidados devem incluir o uso de óculos de sol com proteção UV e higienização com água filtrada e shampoo neutro. Em situações específicas o oftalmologista dá as seguintes orientações:

Maquiagem – atentar-se para a qualidade do produto e não usar em excesso, uma vez que a maioria tem compostos químicos que podem gerar irritação ou problemas mais sérios;

Pomada modeladora capilar – usar somente aquelas com aprovação dos órgãos competentes, pois podem provocar a cegueira devido a queimaduras. Também é recomendado usar com parcimônia;

Colocação de cílios – atualmente, é muito frequente, mas é necessário que a cola utilizada seja adequada e o profissional, habilitado. O risco é causar lesões oculares, como queimaduras, devido à qualidade do produto, manuseio e método de colocação. Também não é recomendado ficar com o acessório por um longo período;

Fumantes – o hábito pode ser um fator de risco para pessoas com histórico familiar ou já com diagnóstico de degeneração macular. Portanto, evite.

Promover a prevenção

“A divulgação de métodos de prevenção da cegueira é super importante por parte da sociedade oftalmológica e de saúde. Realmente, precisamos ampliar a discussão e fazer com que a comunidade se engaje. Muitas vezes, as pessoas acreditam ser suficiente procurar um oftalmologista somente quando percebem que não estão enxergando bem e essa não deve ser a realidade. O foco deve ser na prevenção da queda do potencial visual, com atenção especial nas crianças, que nem sempre sabem se expressar, e nos idosos, cuja perda é gradual em função da idade”, ressalta.

Dentre as consequências da baixa visão, o médico destaca o isolamento social e o maior risco de quedas. “Além de muitas outras situações nas quais a pessoa que tem a perda da visão terá de ser acostumar e adaptar, contando com muito apoio, paciência e acompanhamento adequados”, conclui.

Olhos que Guiam

E para que as pessoas com deficiência visual tenham cada vez mais uma vida normal e possam participar ativamente da sociedade, muitas mudanças precisam ser feitas. No entanto, algumas iniciativas já representam a transformação do olhar da sociedade para a inclusão.

Criado há sete anos, o projeto “KB2 – Olhos que Guiam” tem o intuito de levar as pessoas com deficiência visual para pedalar. A iniciativa foi de Almir Martelli, que já praticava Mountain Bike e, ao ver uma matéria de televisão em que um rapaz desenvolveu uma bicicleta dupla para se divertir com o irmão que era cego, teve a ideia de trazer a ação para Campinas. Hoje, o projeto conta com a colaboração de voluntários, doações para a manutenção – são dez bikes adaptadas – e ocorre semanalmente no Parque do Taquaral.

“Na bike cabem duas pessoas (daí a sigla KB2): o guia na frente e o deficiente visual atrás. Os guias, voluntários, seguram o guidão e dão os comandos da bike, mas ambos precisam pedalar, afinal, o foco é a inclusão social por meio do esporte. Precisamos ter uma noção diferente sobre a deficiência, oferecendo novas experiências e oportunidades para essas pessoas. Todo mundo pode fazer um pouco. Tanto que já estamos incluindo no projeto os patins e, em breve, o caiaque”, destaca Martelli.

Com a sensibilidade e solidariedade da comunidade, projetos como este contribuem para que as pessoas que não tiveram a chance de prevenir a cegueira, ou que já nasceram com a deficiência, possam viver com mais qualidade de vida e a esperança de que as diferenças são barreiras que podem ser quebradas.

Sobre o Vera Cruz Hospital

Há 80 anos, o Vera Cruz Hospital é reconhecido pela qualidade de seus serviços, capacidade tecnológica, equipe de médicos renomados e por oferecer um atendimento humano que valoriza a vida em primeiro lugar. A unidade dispõe de 166 leitos distribuídos em diferentes unidades de internação, em acomodação individual (apartamento) ou coletiva (dois leitos), UTIs e maternidade, e ainda conta com setores de Quimioterapia, Hemodinâmica, Radiologia (incluindo tomografia, ressonância magnética, densitometria óssea, ultrassonografia e raio x), e laboratório com o selo de qualidade Fleury Medicina e Saúde. Em outubro de 2017, a Hospital Care tornou-se parceira do Vera Cruz. Em quase sete anos, a aliança registra importantes avanços na prestação de serviços gerados por investimentos em inovação e tecnologia, tendo, inclusive, ultrapassado a marca de 2,5 mil cirurgias robóticas, grande diferencial na região e no interior do Brasil. Em médio prazo, o grupo prevê expansão no atendimento com a criação de dois novos prédios erguidos na frente e ao lado do hospital principal, totalizando 17 mil m² de áreas construídas a mais. Há 35 anos, o Vera Cruz criou e mantém a Fundação Roberto Rocha Brito, referência em treinamentos e cursos de saúde na Região Metropolitana de Campinas, tanto para profissionais do setor quanto para leigos, e é uma unidade credenciada da American Heart Association. Em abril de 2021, o Hospital conquistou o Selo de Excelência em Boas Práticas de Segurança para o enfrentamento da Covid-19 pelo Instituto Brasileiro de Excelência em Saúde (IBES) e, em dezembro, foi reacreditado em nível máximo de Excelência em atendimento geral pela Organização Nacional de Acreditação.

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