Começou a temporada de Pinguins no Litoral Norte de São Paulo
Equipe do Projeto de Monitoramento de Praias da Bacia de Santos (PMP-BS) do Instituto Argonauta orienta para as ocorrências de Pinguins na região.
O Instituto Argonauta para Conservação Costeira e Marinha alerta para o início da temporada de pinguins, atendidos pelo Projeto de Monitoramento de Praias da Bacia de Santos (PMP-BS), no litoral Norte de São Paulo. Desde maio deste ano, 43 pinguins-de-magalhães juvenis foram encontrados nas praias da região paulista, dos quais, 24 foram resgatados vivos e 19 foram encontrados mortos. Destes, 11 animais seguem em processo de reabilitação, na Unidade de Estabilização de São Sebastião e no Centro de Reabilitação e Despetrolização de Ubatuba.
As ocorrências dos pinguins-de-magalhães (Spheniscus magellanicus) em nosso litoral são comuns nessa época do ano, uma vez que anualmente, durante o outonoinverno eles migram das águas da Patagônia Argentina em direção ao sudeste brasileiro em busca de alimentos e águas mais quentes.
Durante essa longa jornada, alguns pinguins, principalmente os jovens, acabam se perdendo da corrente marítima e chegam nas praias. “Entre junho e setembro, consideramos a temporada de pinguins-de-magalhães no Litoral norte de São Paulo, porém essa chegada nem sempre é tranquila, durante todos esses anos de atuação do Instituto Argonauta, constatamos que os pinguins que chegam aqui, em sua grande maioria, são animais jovens e por serem a primeira migração, eles se perdem do grupo.
Muitos chegam debilitados, exaustos, desnutridos e com algumas doenças adquiridas no percurso” explica o oceanólogo Hugo Gallo Neto, Diretor do Aquário de Ubatuba e Presidente do Instituto Argonauta. “Somando aos desafios ainda temos os impactos causados pelo ser humano, como as mudanças climáticas, a diminuição de alimentos disponíveis na natureza. Além disso, enfrentam também riscos como a poluição marinha e ingestão de lixo, contribuindo para a mortalidade de alguns desses animais, mesmo após o resgate”, completa Gallo.
A bióloga Carla Beatriz Barbosa, coordenadora regional do PMP-BS trecho 10, no litoral norte de SP, pelo Instituto Argonauta, conta que “no mesmo período no ano passada foram 23 animais, mas com um total de 426 ocorrências no ano, o que nos mostra que a temporada está só começando”. Mesmo não conseguindo ter um número exato de quantos animais são esperados, Carla complementa: “o número varia bastante ao longo dos anos, mas a importância da colaboração da população para o sucesso e o rápido atendimento aos animais, é fundamental”. Orientando que a população siga essas orientações ao encontrar um pinguim vivo ou morto: • Não toque no animal: Mantenha distância para evitar estresse ou ferimentos adicionais, e não manuseie carcaças. • Entre em contato imediatamente com o PMP-BS/Instituto Argonauta: Ligando
• para o telefone 0800 642 3341
• Proteja o pinguim: Se possível, improvise uma sombra e afaste animais domésticos para mantê-lo seguro até a chegada da equipe. O Instituto Argonauta agradece a colaboração de todos e reforça seu compromisso
com a preservação da fauna marinha. Cada atitude conta para a proteção desses animais e a conservação dos ecossistemas costeiros.
O Instituto Argonauta atende as ocorrências e reabilita pinguins desde o ano de 2012 em continuidade ao trabalho de reabilitação realizado pelo Aquário de Ubatuba desde 1996. Até hoje já foram atendidas em nossa região mais de 3000 ocorrências de Pinguins-de-Magalhães, entre animais vivos e mortos.
Sobre o Instituto Argonauta
O Instituto Argonauta foi fundado em 1998 pela Diretoria do Aquário de Ubatuba e reconhecido em 2007 como OSCIP (Organização da Sociedade Civil de Interesse Público). O Instituto tem como objetivo a conservação do Meio Ambiente, em especial dos ecossistemas costeiros e marinhos. Para isso, apoia e desenvolve projetos de
pesquisa, resgate e reabilitação da fauna marinha, educação ambiental e resíduos sólidos no ambiente marinho, entre outras atividades. O Instituto Argonauta também é uma das instituições executoras do Projeto de Monitoramento de Praias da Bacia de Santos (PMP-BS).
Sobre o PMP-BS
O Projeto de Monitoramento de Praias da Bacia de Santos (PMP-BS) é uma atividade desenvolvida para o atendimento de condicionante do licenciamento ambiental federal das atividades da Petrobras de produção e escoamento de petróleo e gás natural na Bacia de Santos, conduzido pelo Ibama.
Esse projeto tem como objetivo avaliar os possíveis impactos das atividades de produção e escoamento de petróleo sobre as aves, tartarugas e mamíferos marinhos, por meio do monitoramento das praias e do atendimento veterinário aos animais vivos e necropsia dos animais encontrados mortos. O projeto é realizado desde Laguna/SC
até Saquarema/RJ, sendo dividido em 15 trechos. O Instituto Argonauta monitora o Trecho 10, compreendido entre São Sebastião e Ubatuba.