Cinco profissionais da saúde recebem primeira dose da vacina contra Covid-19 em Caraguatatuba

As primeiras vacinações imunizantes contra o novo coronavírus (Covid-19) foram realizadas na manhã desta quinta-feira (21) no Centro Integrado de Atenção à Pessoa com Deficiência e ao Idoso (Ciapi).

Cinco profissionais de saúde, de diferentes instituições receberam a primeira dose em público. Nesta fase foram disponibilizadas 1.840 doses.

O prefeito Aguilar Junior recebeu autoridades e vereadores e declarou ser este um momento histórico para a cidade, profissionais da linha de frente e toda a população. Emocionado, lembrou de momentos que dividiu com o enfermeiro da Unidade de Pronto Atendimento (UPA-Covid) Centro, Fernando Marques Giroto, 38 anos, 20 deles na área. Ele foi um dos cinco profissionais a ser imunizado.

“Uma vez conversando com ele me disse: prefeito, não tá fácil. Ali tive a oportunidade de dividir toda a dor, o sofrimento dos profissionais de saúde. Deixo aqui todo agradecimento a meu time da saúde que fez a diferença em Caraguá. Minha gratidão por todo o trabalho de vocês por darem a vida de vocês para salvarem vidas”. Ele ainda lembrou salvar vidas sempre foi o objetivo de sua gestão.

A iniciativa de vacinar cinco profissionais de saúde de uma vez foi como forma de agradecer a cada um que atua nas unidades hospitalares de Caraguatatuba.

A primeira a receber o imunizante foi a técnica de enfermagem da Casa de Saúde Stella Maris, Neusa Aparecida Barreto Florentino, 61 anos, 33 deles dedicado à profissão.

Dona Neusa conta ter ficado surpresa e emocionada a ser chamada para receber a dose da vacina, ainda mais porque no dia anterior havia enterrado seu pai, Antonio Pedro Barreto, 92 anos, mais uma vítima da Covid.

Para ela, essa vacina veio para ajudar e salvar muita gente. “Quando ela chega a pessoa não sabe nem como pega. É difícil explicar o contágio. Quando vê está com os sintomas, por isso a vacinação é muito importante”.

A enfermeira Ana Claudia de Ribeiro, 53 anos, representou os trabalhadores do Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (Samu).

Profissional da saúde há 27 anos, Ana conta que ser uma das primeiras a se vacinar é uma responsabilidade muito grande. “Mas eu aceitei porque estar na linha de frente, sendo mãe de família, também representa um grande risco”. Seu apelo é, principalmente, para que as pessoas tenham consciência e amor ao próximo.

“Ainda há esperança, por isso peço para que tomem a vacina em respeito às pessoas que acabaram doentes por conta desse vírus e por todas aquelas que correm o risco. Todos podem salvar vidas”, disse.

Quem também participou do primeiro grupo da vacina foi a enfermeira do Hospital Santos Dumont (Unimed), Fernanda Aparecida, 38 anos. “Estou super contente porque estava na expectativa. A minha sensação é de esperança e de que dias melhores virão”, contou ela que já teve a doença e apresentou sintomas leves, mas o mal-estar e o desânimo foram bem presentes.

Atuando na área da saúde há 16 anos, Fernanda disse que jamais imaginou vivenciar esse momento. Para ela, o período de 2020/2021 foi a pior época de sua vida. “A gente vê as pessoas sofrendo, infelizmente, alguns delas vão embora. Nós acompanhamos todo o sofrimento de cada paciente, o que acaba mexendo com a gente. Por isso, esse momento significa esperança”, ressaltou.

O médico Nicolas Miranda Carvalho, 33 anos, representou o Hospital Regional do Litoral Norte. Ele está há 10 meses na unidade e tem 14 anos de profissão.

Para ele, a vacinação chega como uma gota de esperança diante de uma situação bastante difícil para todos. “Nós, funcionários da saúde na linha de frente de todo o Brasil sabemos os risco, mas nenhum baixou a guarda. O medo existe por se tratar de uma condição nova, mas estamos preparados para atender da forma mais segura possível e lidar com as pessoas que estão mais assustadas ainda com essa doença.

A enfermeira e coordenadora de vacinação de Caraguatatuba, Danielle Rodrigues Pinto Siqueira, 46 anos, explicou um pouco sobre a vacina e contou sua experiência enfrentando o coronavírus.

“A vacina é um vírus inativado, segura e eficaz contra o novo vírus. Os sintomas são difíceis e eu sei porque eu peguei Covid-19. Todos os dias, enquanto lutamos contra a doença, agradecemos por abrir os olhos e descobrir que estamos vivos. Eu só conseguia pensar no meu filho e na minha família, nas pessoas importantes para mim”.

Para que a imunização seja totalmente eficaz é necessário tomar a segunda dose. Para aqueles que tomaram a vacina hoje precisarão retornar 21 dias depois.

A Prefeitura de Caraguatatuba aguarda novas doses do Ministério da Saúde para continuar o programa de imunização nos grupos prioritários.

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Redação

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