Acidentes domésticos quase dobraram durante pandemia da Covid-19
Dados do Ministério da Saúde informam que em 2019 foram registrados 18 mil acidentes domésticos no Brasil. Esse número pulou para 32 mil casos em 2020.
Essa informação foi trazida pelo tenente da reserva do Corpo de Bombeiros, Hilton Dalla, na palestra online, dentro da 9º Semana de Prevenção às Deficiências realizada pela Secretaria da Pessoa com Deficiência e do Idoso (Sepedi).
“Esse aumento está relacionado à pandemia do novo coronavírus e o fato das pessoas passarem a trabalhar em casa. Com a suspensão das aulas, as crianças também ficaram restritas ao ambiente doméstico”, explicou o tenente da reserva do Corpo de Bombeiros, Hilton Dalla.
De acordo com Dalla, um dos casos mais comuns de acidentes no lar é a ingestão de produtos de limpeza por parte de crianças e pré-adolescentes.
“Normalmente as pessoas deixam os produtos próximo ao tanque de lavar roupas, da pia da cozinha ou banheiro, à mão. Essas mercadorias geralmente tem embalagem colorida, cheiro agradável e muitas crianças têm o impulso em beber ou comer essas substâncias. A dica é guardar qualquer substância de limpeza em lugar alto e fechado. Em caso de ingestão, levar a criança ao atendimento médico”, ressaltou o bombeiro.
Outra ocorrência comum é o afogamento onde há banheira ou piscina em casa. “Banheiras, baldes e bacias nunca devem ficar cheias de água após o uso. Porque há o risco das crianças caírem nesses recipientes e se afogarem, se não tiver um adulto por perto. O mesmo acontece em relação a piscinas que devem ser cercadas ou quando não estão em uso, devem estar tampadas com lona apropriada ou rede”, disse.
Também é recomendável manter crianças longe de equipamentos domésticos como liquidificadores, torradeiras, fogão, ferro elétrico, facas, tesouras, etc. Tomadas elétricas devem estar sempre com protetor quando não estão em uso.
No caso de idosos, o ambiente doméstico deve ser disposto de forma segura, sem tapetes, com barras de apoio no banheiro, pisos antiderrapantes, proteção nas quinas de mesas, entre outras medidas.
O bombeiro acrescenta também que um acidente comum é fogo no óleo quente. “Às vezes, a pessoa está fritando algo na frigideira e a chama acaba atingindo o óleo. Nesse caso, não jogue água. Apague o fogo, se conseguir, e coloque a tábua de carne em cima da panela. Ou então molhe um pano de prato e coloque por cima do fogo para abafá-lo. Sem oxigênio, o fogo se extingue. Em caso de queimadura superficial, apenas coloque água no local. Se for mais grave, procure atendimento especializado”,
O engasgamento também está entre as ocorrências mais comuns. “Trabalhei no Centro de Operações do Corpo de Bombeiro, onde são atendidas as chamadas do 193. Há vários casos de engasgamento do bebê com o leite materno, por exemplo. A gente faz o atendimento pelo telefone mesmo, ensinando a manobra de Heimlich. Deve-se virar o bebe de bruços e dar cinco tapinhas na altura dos ombros, entre as escápulas. Se for uma criança de cinco anos, a pessoa deve ajoelhar na altura dela, passar os braços pelas costas e unir as mãos entre a boca do estômago e o umbigo e pressionar para que ela consiga expelir o objeto. Na pessoa adulta é o mesmo procedimento, só que a gente se posiciona de pé para fazer a manobra”.
Perigo na Praia
Um dos pontos turísticos de Caraguatatuba mais propensos à ocorrência de acidentes é a famosa Pedra do Jacaré, com acesso por uma trilha que começa na Prainha.
O Corpo de Bombeiros chama a atenção para o fato que o local é cheio de pedras que nem sempre são vistas pelos banhistas que insistem em mergulhar do local.
“Já houve mergulhos ali, onde as pessoas ficaram paraplégica ou tetraplégica. Nossa orientação é não mergulhar ali porque as águas não são profundas e há muita pedra no fundo. O que propicia traumas na face, na cervical, fratura de costelas, clavícula, enfim, não é um local apropriado para mergulho”, destaca Dalla.
Em relação aos afogamentos, o bombeiro faz um alerta: “Ao chegar em qualquer praia, pergunte ao guarda-vidas sobre o local mais seguro para ficar com a família. Se vir qualquer placa indicando perigo de correnteza de retorno, não entre na água nas proximidades”.
Em caso de acidente, ligue 190, da Polícia Militar, 192, do SAMU, 193 do Bombeiros ou 911 Número Internacional em qualquer país.