Saúde capacita profissionais de SP para atuar contra a poliomielite
Equipes estaduais e municipais vão discutir plano estadual contra a doença e fazer simulados sobre como atuar em casos de surto
O Governo de SP realiza, nesta semana, uma capacitação para profissionais que atuam diretamente com imunização, vigilância epidemiológica e na coordenação da atenção básica das de todas as regiões do Estado de São Paulo.
Ao todo participam mais de 200 profissionais de municípios, além de representantes dos estados de Minas Gerais, Santa Catarina, Amazonas, Rio Grande do Norte e do Distrito Federal. O treinamento, organizado pela Secretaria de Estado da Saúde, acontece até esta quarta (9), na Faculdade de Saúde Pública da USP, na Capital.
O objetivo do evento é promover o “Plano Estadual de Resposta a um Evento de Detecção de Poliovírus e um Surto de Poliomielite” e dar subsídios para que as prefeituras preparem os planos municipais. Além de palestras, os profissionais farão um exercício simulado no qual, por meio de cenários fictícios, definirão como agir no caso de se ocorrer uma confirmação da doença ou em um surto de poliomielite.
“Devido à baixa cobertura vacinal e a necessidade de maior sensibilização da rede de vigilância, verificamos um risco significativo a reintrodução da poliomielite no Brasil. São Paulo saiu na frente na capacitação dos profissionais do seu território para estarem preparados para evitar o vírus e, caso ocorra algum caso, saibam o que tem que ser feito”, explica a coordenadora da Coordenadoria de Controle de Doenças (CCD), Regiane de Paula.
Importância de vacinar
A imunização ainda é a principal ferramenta para o combate à poliomielite. De agosto ao final de outubro, a SES promoveu a Campanha de vacinação Contra a Poliomielite, quando 69,35% do público-alvo recebeu as doses de reforço. Foram aplicadas 1,6 milhão doses contra a doença.
A vacina contra a pólio está disponível o ano todo nos postos de saúde e o esquema vacinal do Calendário Nacional de Vacinação é composto por três doses da vacina inativada poliomielite (VIP), administradas aos dois, quatro e seis meses, sendo necessários dois reforços com a vacina oral poliomielite (VOP) aos 15 meses e aos 4 anos de idade. A revacinação contribui com a redução do risco de reintrodução do vírus no Brasil – hoje, há confirmação de casos em mais de 20 países, com circulação de forma endêmica no Afeganistão e Paquistão.
A poliomielite está eliminada no Estado de São Paulo desde 1988, quando houve o último caso, no município de Teodoro Sampaio. Trata-se de uma doença infectocontagiosa viral aguda, caracterizada por um quadro de paralisia flácida, de início súbito, atingindo geralmente membros inferiores. A transmissão ocorre por contato direto pessoa a pessoa, pela via fecal-oral (como saliva, tosse, espirro, mais frequentemente), ou objetos, alimentos e água contaminados com resíduos de doentes.